A experiência vivenciada pelo Centro Comunitário da Criança, que remonta a 1986, demonstra uma lacuna de opções de lazer e ocupação para a comunidade, a qual leva ao tédio, a ansiedade e um aumento da angústia nas pessoas. Deste modo, embora não seja de caráter profissionalizante, a instituição busca proporcionar minicursos e oficinas com o intuito de amenizar na vida destas as situações de depressão, principalmente na vida das mulheres que em suas casas convivem com situação de violência doméstica, submissão e dependência financeira.
Diante do perfil do público que frequenta a instituição, o desenvolvimento dessa proposta visa satisfazer a uma necessidade já há tempo observada, buscando assim oferecer atividades que possam se adequar às realidades vivenciadas por pessoas oriundas não somente da comunidade local como também de outras comunidades, na sua maioria, de condições socioeconômicas não muito elevadas. Assim, o projeto consiste na realização de oficinas e minicursos periódicos com duração determinada, que ocorrem no mínimo duas vezes por semana, com três ou quatro horas diárias de atividades, ministrados pelas equipes de artesanato e corte e costura do Centro Comunitário da Criança.
As técnicas e atividades propostas representam uma intersecção entre os saberes oferecidos pela equipe com as solicitações de interesse das mães, e ainda interagem no campo social com vistas a empoderar os indivíduos participantes fazendo-os perceberem-se como sujeitos de direitos proativos em relação as suas escolhas de melhor viver. Todos os métodos são inicialmente verificados e periodicamente reformulados por meio das avaliações de cada oficina. Os Grupos de Produção Artesanal – Corte & Costura, Tecelagem, Tapeçaria e Confecção de Adereços e Acessórios têm como objetivo maior o resgate da cultura e valorização do artesanato mineiro, incluindo-se também a valorização da pessoa humana. É apresentado às crianças, adolescentes e adultos da comunidade, além das famílias que participam do projeto por meio de oficinas. O projeto consiste na realização encontros periódicos com duração determinada, que ocorrem no mínimo duas vezes por semana, com três ou quatro horas diárias de atividades.
A 1ª instrutora do projeto foi MARIA DE LOURDES MOREIRA, uma senhora de 84 anos de idade que faleceu em 2016 deixando um enorme legado para entidade. Mãe da fundadora, Dona Maria repassou para o grupo seus conhecimentos sem nada exigir em troca, acompanhando, sempre que possível e dentro de sua capacidade, as atividades desenvolvidas na tecelagem. Seu entusiasmo refletiu e ainda reflete na aprendizagem das alunas que hoje são quem ministram os minicursos a comunidade.